México: mais de 30 mil mortes ligadas ao narcotráfico em 4 anos
Desde o início do governo de Felipe Calderón, em 2006, foram 30.196 assassinatos, sendo 12.456 apenas neste ano
A violência ligada ao tráfico de drogas fez 30.196 mortes no México nos últimos quatro anos, das quais 12.456 ocorreram entre janeiro e 30 de novembro de 2010.
"Foram 30.196 desde o início do governo" de Felipe Calderón, em dezembro de 2006; 12.456 assassinatos foram registrados este ano", disse o procurador de justiça Arturo Chávez, nesta quinta-feira.
As mortes são atribuídas a disputas entre os cartéis das drogas pelo controle das rotas para os Estados Unidos e às operações realizadas pelo Exército mexicano e a polícia federal, como parte de uma estratégia militar lançada por Calderón quando chegou ao poder.
"Esta cifra é lamentável, mas também significa um êxito maior no ataque a organizações criminosas, que estão mais desesperadas", acrescentou o procurador.
Governo
Os números relativos a este ano ultrapassam os da gestão do ex-presidente Vicente Fox, que administrou a nação de 2000 a 2006.
Quando assumiu o Executivo, em 1º de dezembro de 2006, o atual chefe de governo, Felipe Calderón, iniciou no país uma ofensiva contra o crime organizado, um dos principais pilares de sua gestão. Para isso, convocou o Exército, mesmo com as críticas da oposição e de organizações não-governamentais, que pedem cada vez mais "o retorno dos militares aos quarteis".
Em outubro, algumas semanas após admitir pela primeira vez que sua estratégia não tinha êxito, Calderón enviou ao Congresso uma iniciativa de reforma constitucional para estabelecer um Comando Único Policial, proposta que, segundo ele, responderia às demandas da sociedade, como a possibilidade de "contar com policiais confiáveis".
Corrupção
Além do narcotráfico, as autoridades mexicanas enfrentam o problema da corrupção em suas entidades. No Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2010, que avaliou 178 países do mundo, o país teve nota 3,1, em uma escala de 0 a 10 - que ia do completamente corrupto ao completamente limpo.
No fim de agosto, a polícia federal mexicana destituiu 3,2 mil de seus agentes - ou seja, quase 10% de seu contingente - sob acusações de delitos, violação de regulamentos, incompetência e vínculos com o crime organizado. A iniciativa é parte de uma série de esforços para sanar os casos de corrupção dentro do corpo policial mexicano, em meio ao aumento da violência causada pelas disputas entre traficantes.